
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi presa nesta quinta-feira, (09), durante um protesto em Caracas, na véspera da posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato consecutivo de seis anos. A ex-deputada, que estava vivendo na clandestinidade no país há 133 dias, fez sua primeira aparição pública após mais de quatro meses escondida devido a ameaças de prisão do regime de Maduro.
Machado, uma das figuras mais proeminentes da oposição, havia se mantido afastada dos holofotes por um longo período, temendo represálias do governo, que a acusou de incitar distúrbios e conspirar contra o regime. No entanto, ela decidiu se juntar a uma manifestação nas ruas da capital para protestar contra o que considera ser um governo ilegítimo, especialmente diante da posse de Maduro para mais um mandato, após eleições controversas.
Ainda segundo assessores de Machado, o seu paradeiro atual é desconhecido, o que gera preocupação entre seus aliados e defensores dos direitos humanos. A prisão de María Corina ocorre em um momento crítico para a política venezuelana, onde a oposição continua a desafiar a autoridade de Maduro, que permanece no poder com o apoio de forças militares e com a oposição internacional contestando a legitimidade de seu governo.
A situação de Machado reflete a crescente repressão às vozes dissidentes no país, onde vários opositores enfrentam ameaças, detenções e até exílio forçado. A prisão da ex-deputada é mais um capítulo na dura batalha política que marca os últimos anos da Venezuela, com a polarização e o autoritarismo sendo temas centrais no cenário político atual.
O partido de María Corina, Vem Venezuela, denunciou em uma publicação nas redes sociais que a opositora foi “violentamente interceptada” ao sair do protesto. Ainda de acordo com assessores, ela era escoltada por um comboio de motos quando o grupo foi atacado a tiros por agentes do regime de Nicolás Maduro, que a sequestraram.
A reeleição contestada de Maduro gerou uma onda de protestos no ano passado em todo o país, que deixou 28 mortos, 200 feridos e mais de 2.400 detidos, incluindo adolescentes. Grande parte dos detidos foram acusados de terrorismo e enviados para prisões de segurança máxima. Cerca de 1.500 já foram libertados.